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Estereótipos 

O cabelo ainda é um tabu!
 terça-feira, 22 de junho de 2021

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     “Agarra-te à vida, não ao cabelo!” é uma comédia romântica de 2018, dirigido por Haifaa al-Mansour e escrito por Adam Brooks e Cee Marcellus e foi baseada numa novela com o mesmo nome.

     O filme narra a história de Violet, uma jovem negra que aparentemente tem a vida perfeita: é bem-sucedida no emprego, tem uma relação estável com o namorado e tem uma aparência cuidada, devido aos diversos cuidados que tem com o seu cabelo, com bastante esforço.

     Depois de uma desilusão amorosa, Violet separa-se.

     Nisto a personagem começa toda uma ponderação e análise, onde começa a refletir sobre a sua vida e tudo o que tem feito até ali. Violet chega assim à conclusão de que toda a sua vida foi baseada na sua imagem, como ela tinha que aparentar para a sociedade, em especial como o seu cabelo.

     Resumindo a sua vida era: horas passadas no cabeleireiro, não poder entrar numa piscina ou molhar o cabelo perto de alguém (inclusive do namorado), acordar o mais cedo possível para esticar o cabelo…. Melhor dizendo: uma vida à base da imagem e medo de não ser aceite por todos que a rodeavam.  

     Depois de ter pintado o cabelo e ter dado errado, Violet rapa o cabelo.

     Após ter passado a vida toda a cuidar do seu cabelo e a vê-lo como prioridade, esta fica horrorizada com a sua nova imagem: careca.

     Com muito esforço, choro e emoções à mistura Violet começa numa longa caminhada de aceitação, amor próprio e acima de tudo uma construção de confiança.

     O filme é uma descontração de padrões, da mulher ideal e essencialmente reforça a necessidade da aparência e cabelo perfeito, que até hoje é um tabu.

     Violet é uma mulher como várias outras que passaram a sua infância a ouvir sobre como tem que se mostrar ou se apresentar, como tem que ter o cabelo ou como tem que se vestir. Este filme demonstra muito bem como essas questões trouxeram mágoas e medos profundos já em adulta.

     Contudo, vemos que o problema não é físico e sim psicológico e o quanto podemos viver limitados e presos devido à sociedade.

     Não é um filme com uma abordagem banal! Trata-se de uma criança negra que vive oprimida pela mãe para ter uma aparência perfeita, trata-se de uma mulher com cabelo crespo que se recusa a molhar o cabelo, este filme é sobre o que é ser mulher numa sociedade onde a aparência conta mais que a opressão e essencialmente é sobre a descodificação dos padrões.

     “Agarra-te a vida, não ao cabelo” porque somos muito mais que um cabelo, um corpo ou um padrão.      Que possamos viver a vida sem o medo da nossa aparência, ou da obsessão pela perfeição. Vamos largar as amarras da sociedade e agarrar a vida, a nossa vida, com ou sem cabelo, dentro ou fora do padrão que a sociedade exige de nós. Somos mais que a nossa aparência e muito mais do que a sociedade alguma vez possa enxergar.

Escrito por: Magda Coelho

Raparigas apoiam raparigas?
quinta-feira, 24 de junho de 2021

   Quando passamos por más experiências tendemos a generalizar. Quem nunca teve um mau relacionamento amoroso e achou que os rapazes/raparigas eram todos/todas iguais? O mesmo acontece com amizades. Quantas ou quantos de nós não passaram por uma má amizade? No entanto, há que ser introspetivo e observador para se perceber que não, não somos todos iguais.

     Existe competição feminina da mesma forma que existe competição masculina? Será que depende realmente do género ou de outros fatores?

        Enquanto para muitos rapazes, infelizmente, custava (e para muitos se calhar ainda custa) elogiar outros por preconceito para as raparigas o contrário. Há um à vontade muito maior para fazer elogios a outras raparigas e por isso também há muito mais abertura para falar mal, mas penso que isso dependa de personalidade para personalidade, de idade para idade, etc..

        Uma vez li uma coisa interessante que era sobre o facto de as mulheres numa empresa crescerem muito pouco então havia mais competição feminina. O que tem lógica, porque o que nos é ensinado desde sempre é que cada um está por si. No entanto, não é por isso que não podemos ajudar, certo? Mas a complexidade da realidade é bastante avassaladora. Porque às vezes ajudamos e somos pisadas. Há mulheres que sabem ultrapassar e seguir em frente e não deixam de ajudar assim como há outras que magoadas preferem estar por conta própria. Mas não acham que isto tem a ver com as experiências que tiveram e com a sua maneira de ser? Porque se fosse um homem agiria de acordo com uma das opções anteriores também.

     Preferimos pensar que somos todas iguais em vez de nos tentarmos perceber, penso que esteja aí o problema.

       Curiosas para saber mais sobre este assunto entrevistámos a Professora Ana Gomes, que se licenciou em Psicologia e tirou o mestrado em Psicologia Clínica e de Aconselhamento. É professora auxiliar na Universidade Autónoma de Lisboa, investigadora integrada do CIP – Centro de Investigação em Psicologia, da UAL, é Psicoterapeuta em Terapia Cognitivo Comportamental pela APTCC, especialidade adultos e tem formação na área de Mindfulness integrado em psicoterapia e intervenção educacional.

    Segundo Ana Gomes, as amizades tóxicas dependem de um conjunto de fatores, nomeadamente personalidade, educação e experiências vividas. Quem passa por amizades tóxicas não é fácil muitas vezes de identificar e podemos viver muito tempo com essas amizades. O que se deve fazer quando se toma consciência de tal é darmos um passo atrás, por exemplo, passarmos de melhores amigos/amigas a conhecidas com quem se pode falar mas sem criar grandes expectativas acerca dessa pessoa.

       Na educação, por exemplo, somos cada vez mais educados (pelos pais) a ser os melhores e atropelarmos os outros a competitividade é algo que nos vai sendo incutido aos poucos. Para a Doutora o sistema educacional devia ser repensado, pois mais uma vez os valores que nos são ensinados na escola é a sermos muito bons alunos, até mesmo os melhores. “Tudo isto está associado ao sucesso, felicidade e qualidade de vida” o que acaba por pressionar os jovens.

      Relativamente à competitividade feminina Ana Gomes afirma que esta tem particularidades próprias, mas pode ser semelhante à competitividade masculina, dentro dessas particularidades. Por exemplo, nas raparigas é uma competitividade de dimensão mais física. Não é algo saudável e facilmente passa para o campo dos exageros. Se servir para humilhar e desvalorizar o outro é péssimo.

      O conselho que Ana Gomes dá para contribuir para uma mudança de comportamentos acerca de como contribuir para uma mudança de comportamentos sobre toxicidade e competição é: “Estarmos mais atentos à qualidade de relações que mantemos uns com os outros”.

     É importante então ter em mente que sim existe competição no geral, mas que a competição feminina tem dimensões diferentes da masculina. Não é por isso que não existe competição masculina. O meu conselho para tudo é sermos introspetivas, compreensivas e observadoras. Ter amizade com raparigas não significa passar por uma relação tóxica. Digo por experiência própria que é mito. Há probabilidade de toxicidade tanto com o género feminino como masculino. O importante é não generalizar e não ter logo pensamentos negativos.

Escrito por: Inês Marques

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