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Maternidade 

“A sociedade tem que perceber que não somos todas iguais, cada mãe é diferente".

sábado, 26 de junho de 2021

Entrevista feita por: Magda Coelho

 

Sara, de nome fictício, sempre sonhou em ser mãe, só não pensou que seria tão cedo, aos 19 anos teve a sua primeira filha e aos 23 anos teve a segunda. Hoje, com 36 anos, a ideia e conceito do que é a maternidade mudou bastante.  

Contudo, o retrato da realidade tanto na maternidade e do parto são necessários. Nem tudo são flores… é intenso, solitário e por vezes confuso. A verdade é que são poucos os conteúdos ou entrevistas que abordam esta romantização ou a realidade.

Sem tabus, a Sara conta-nos algumas vivências pelas quais passou, que raramente são expostas na sociedade. A famosa frase “mãe é tudo igual” só se aplica em algumas situações, porque quando se trata da realidade e da romantização, as opiniões e experiências se diferem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Sara já teve duas filhas, qual considera que foi a pior parte da maternidade?

A pior parte sem dúvida foi o parto, foi bastante complicado digerir tudo, em especial o primeiro.

 

Sentiu alguma tristeza pós-parto?

Sim, senti bastante já que a equipa que ficou comigo, tanto as enfermeiras e os médicos, não eram uma boa equipa.

Sentiu algum tipo de cobranças pela sociedade?

Claro que sim, o meu leite secou numa semana, como tal não pude amamentar, ouvi bastante da sociedade que não queria amamentar a minha filha ou que não o queria fazer, mesmo com a explicação, ouvia mães a dizer “Ah, mas comigo eu amamentei o meu filho até um ano”.

E a sociedade tem que perceber que não somos todas iguais, cada mãe é diferente. Fui criticada em ambas as gestações das minhas filhas, por amamentar em apenas uma semana.

Na altura, como fiquei em casa, era bastante cobrada para pôr a minha filha mais velha na creche.

Constantemente, tinha algo a ser apontando.

 

 

 

 

 

 

 

Teve algum tipo de depressão pós-parto?

Não, nunca tive.

 

Acha que a maternidade e o parto são romantizados?

Sim, de certo modo sim, algumas coisas não são ditas ou referidas, o “amor único” que é romantizado, a falta de cálcio durante a gravidez que faz perder os dentes, o inchaço constante durante toda a gravidez… São coisas que não são ditas, só se sabe quando se esta gravida.

 

O que acha que poderia ser feito para acabar com a romantização dos mesmos?

Acho que o principal é a sinceridade e falar sobre questões que não são abordadas como o parto, o medo e a insegurança constante que está connosco constantemente.

 

Sentiu-se culpabilizada em algum momento da maternidade? Quando?

Sim, como fui mãe muito cedo não tinha possibilidades e senti que não tinha feito bem as coisas. Senti-me mal por sentir que não tinha sido bem acompanha, pelos médicos, por exemplo.

 

Sentiu-se desafiada como mãe nesta pandemia, devido à família, trabalho e filhas?

É bastante difícil quando se é mãe e parece que o mundo é carregado nas nossas costas, tudo é feito e controlado por nós, a realidade é outra e é de muita exaustão. A pandemia trouxe o lado ainda mais frágil de tudo, como o medo.

 

Para si, o que é a maternidade?

Apesar de tudo, não posso negar: é um momento único!

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